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Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital de Trauma tem melhorado a qualidade de vida dos pacientes

publicado: 12/12/2022 16h22, última modificação: 12/12/2022 17h21
De acordo com o coordenador da CCP, o médico Alexandre Magno, o cuidado paliativo pode ser definido como uma abordagem para dar dignidade e alívio do sofrimento aos pacientes com doenças graves e que ameaçam a vida.
Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital de Trauma de João Pessoa tem melhora a qualidade de vida dos pacientes

Comissão de Cuidados Paliativos do Hospital de Trauma de João Pessoa tem melhora a qualidade de vida dos pacientes

Entendo a importância de resgatar a humanização da Medicina, com foco no paciente, e não na doença, o Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, há um ano e seis meses, possui a Comissão de Cuidados Paliativos, que vem se destacando por apresentar bastante pontos positivos em sua atuação na unidade de saúde.

De acordo com o coordenador da CCP, o médico Alexandre Magno, o cuidado paliativo pode ser definido como uma abordagem para dar dignidade e alívio do sofrimento aos pacientes com doenças graves e que ameaçam a vida. “O cuidado paliativo é recomendado pelos médicos, justamente para   buscar a melhoria dos sintomas e da qualidade de vida. O objetivo não é curar ou prolongar a vida a todo custo, mas aliviar os sintomas, o sofrimento e proporcionar dignidade”, frisou.

Segundo Magno está equivocada a ideia de que o cuidado paliativo é só para o fim do tratamento, quando não há mais nada para fazer. “Não é apenas para o fim da vida, mas para garantir o enfrentamento desse paciente e da sua família diante de uma doença crônica e degenerativa, que ameaça a vida. Tem se notado, por meio de literaturas científicas, que pacientes submetidos a cuidados paliativos, têm o melhor comportamento e as famílias demonstram melhor aceitação do processo e o luto é menos complicado”, ressaltou.

O coordenador da equipe ainda explica que na unidade de saúde, a comissão se dedica a atender pacientes em estágio final e seus familiares, cuidando dos sintomas físicos, emocionais, sociais e espirituais da doença. “Cada paciente tem um protocolo único, respeitando sua história de vida e até sua espiritualidade. É por meio de reuniões familiares, que identificamos as relações afetivas, as necessidades e valores do paciente e trazemos esses aspectos para o centro das decisões, traçando um plano de cuidados desse paciente, junto com a família. Todas as ações têm como foco o aumento da qualidade de vida do paciente”, completou.

A CPP tem desenvolvido, no complexo hospitalar, um trabalho bastante produtivo, atendendo desde junho de 2021 mais de 300 famílias. Com atuação em todas as unidades de internação do hospital, salas de emergências, enfermarias e Unidades de Terapias Intensivas (UTI), a comissão funciona de forma consultiva, ou seja, não é o responsável pelo cuidado do paciente e sim, responde a pareceres no hospital inteiro. “Isso é muito interessante, porque além de disseminar o conceito do cuidado paliativo, a gente estabelece um diálogo com as diversas equipes da assistência”, comentou.  

Segundo a enfermeira da comissão, Eva Porto, a abordagem terapêutica de cuidados paliativos tem beneficiado os médicos e outros profissionais da saúde. “Conseguimos perceber o amadurecimento da equipe em relação à morte, pois os pacientes nos ensinam muitas coisas. As nossas experiências são únicas com cada um deles. Eles nos ensinam a valorizar a nossa existência e a compreender que a morte é o último e mais sublime evento da vida. Em geral, o profissional da saúde se frustra com a perda de um paciente, e quando isso acontece, é porque ele está focado na doença. Quando tratamos o ser humano, nós sempre ganhamos”, avaliou. 

Para o coordenador de enfermagem do setor de Emergência, Jamerson Rodrigues, a comissão só agregou ao trabalho de todos. “A equipe é muito coesa e qualificada, possuindo a força técnica e humana para transmitir para as pessoas, sejam elas mais humildes ou mais esclarecidas, as informações necessárias sobre o paciente, inclusive a aceitação da morte”, pontuou.