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Hospital de Trauma de João Pessoa lança campanha de prevenção às queimaduras nesta quinta

publicado: 31/05/2023 14h08, última modificação: 31/05/2023 14h10
A solenidade ocorre na própria unidade de saúde, onde serão apresentados os dados de vítimas de queimadura e a programação da campanha.
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O Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, lança, nesta quinta-feira (1º), às 14h, a 21ª Campanha de Prevenção às Queimaduras Marcas que Ficam Para Sempre. A solenidade ocorre na própria unidade de saúde, onde serão apresentados os dados de vítimas de queimadura e a programação da campanha.

Entre janeiro e abril deste ano, a unidade de saúde já registrou 426 atendimentos. Comparado ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 48%, quando deram entrada 288 pessoas vítimas de queimaduras.

Para o diretor-geral da instituição, Laecio Bragante, neste período é comum aumentarem os casos, principalmente de fogueiras e fogos de artifícios, o que corresponde a mais de 30% e a maioria deles são queimaduras de segundo grau.

“As lesões são mais frequentes nos membros superiores [mãos e braços], tronco e cabeça. Elas podem causar hospitalização prolongada, desfiguração e incapacidade, muitas vezes resultando em cicatrizes e rejeição. Por isso, reforçamos a importância dessa campanha para alertar à população e diminuirmos os números para que o arrasta-pé seja só alegria”, salientou.

Para evitar acidentes no período dos festejos, o coordenador da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ), Emilton Amaral, elencou algumas dicas para a população não ter dor de cabeça durante as comemorações. “Os pais devem ficar atentos à classificação etária indicada pelos fabricantes de fogos de artifício e sempre ficar de olho na forma como as crianças vão usá-los. Outro exemplo é quando as fogueiras acabam, as brasas ficam cobertas por cinzas e são pisadas por crianças”, ressaltou.

Emilton Amaral alerta ainda que não existe remédio caseiro para queimaduras. “Pomadas, ervas, creme dental, manteiga, ovo, pó de café, mel e até mesmo medicamentos aplicados sem a orientação médica, além de passar uma falsa impressão de tratamento, podem ocasionar infecções graves. Caso as lesões sejam pequenas, utilizar apenas água corrente, envolver num pano úmido e limpo e seguir para o hospital.  Já um ferimento grande [com queimaduras de 2º e 3º graus] deve ser levado imediatamente ao nosso complexo hospitalar, que é referência para esses casos”, esclareceu.

A coordenadora de Enfermagem da UTQ, Ana Wirginia Rique, espera que a campanha ajude a reduzir os números de casos de queimaduras, neste período festivo e de muita alegria.

“Há mais de 20 anos alertamos a população para os perigos envolvendo fogueiras, fogos de artifícios e acidentes domésticos, que ocorrem durante o preparo de comidas típicas. Chamamos também a atenção para o manuseio de álcool e outros inflamáveis, sobretudo em crianças e adolescentes. Além disso, as fumaças podem contribuir para o agravamento de síndromes respiratórias. Vale ressaltar, que as sequelas deixadas pelas queimaduras, em curto ou a longo prazo, podem desencadear cicatrizes profundas e para sempre”, pontuou.

Cerca de 180 mil pessoas morrem, por ano, em consequência de queimaduras. Os acidentes são a quinta causa mais comum de lesões na infância, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).